A gravidez é um verdadeiro turbilhão de mudanças no corpo da mulher. Não é exagero dizer que os hormônios comandam o espetáculo. São eles que ajudam o corpo a se preparar para sustentar a vida que está crescendo dentro de você.
E olha só: no Brasil, o diabetes gestacional afeta cerca de 18% das gestantes, segundo o Ministério da Saúde. Já os distúrbios da tireoide, que também podem aparecer ou se agravar nesse período, atingem até 15% das brasileiras em idade fértil. Esses números mostram que não estamos falando de algo raro, mas de condições que precisam de atenção.
É aí que entra o papel do endocrinologista. Esse é o especialista que entende profundamente como os hormônios funcionam, quais exames devem ser feitos e qual o melhor tratamento em cada situação. O acompanhamento adequado durante a gestação ajuda a proteger não só a sua saúde, mas também o desenvolvimento do bebê.
Neste post, vou te explicar de forma simples o básico sobre as alterações hormonais na gestação, os principais sintomas, causas, exames, tratamentos e também por que se cuidar faz toda a diferença para você viver esse momento com mais tranquilidade.
Durante a gravidez, o corpo passa a produzir uma “orquestra hormonal” diferente, onde alguns hormônios se elevam e outros mudam de função. Entre os principais estão:
Progesterona: mantém o útero preparado e ajuda a evitar contrações antes da hora.
Estrogênio: aumenta a vascularização e participa do desenvolvimento da placenta.
hCG (gonadotrofina coriônica humana): o famoso hormônio do teste de gravidez. Ele sustenta a produção de progesterona nas primeiras semanas.
Prolactina: prepara as mamas para a produção de leite.
TSH e hormônios da tireoide: regulam o metabolismo e são fundamentais para o desenvolvimento cerebral do bebê.
Quando esses hormônios saem do equilíbrio esperado, podem surgir sintomas e até doenças que precisam ser tratadas.
Algumas condições são relativamente comuns nesse período:
Diabetes gestacional – acontece quando os hormônios da placenta dificultam a ação da insulina.
Hipotireoidismo gestacional – a produção de hormônios da tireoide fica abaixo do necessário.
Hipertireoidismo gestacional – mais raro, mas pode trazer riscos importantes se não for controlado.
Síndrome dos ovários policísticos (SOP) e resistência à insulina – em algumas mulheres, podem se agravar durante a gestação.
Nem sempre dá pra diferenciar o que é “normal da gravidez” do que é sinal de alerta, mas vale ficar atenta a:
Fadiga extrema fora do esperado
Alterações intensas de peso
Tremores, palpitações ou suor excessivo
Excesso de sede e urina em grande quantidade
Inchaço exagerado
Alterações no ritmo intestinal
Se esses sintomas aparecerem, é importante conversar com o médico.
As alterações hormonais fazem parte da gestação, mas alguns fatores aumentam os riscos de problemas:
Histórico familiar de diabetes ou doenças da tireoide
Idade materna acima de 35 anos
Sobrepeso ou obesidade antes da gravidez
Síndrome dos ovários policísticos
Gravidez múltipla (gêmeos, trigêmeos)
Prevenção é sempre a melhor estratégia. Alguns cuidados ajudam a reduzir riscos:
Acompanhamento pré-natal regular – com exames solicitados no tempo certo.
Alimentação equilibrada – rica em vegetais, proteínas magras e fibras.
Controle do ganho de peso – evitar tanto excesso quanto perda inadequada.
Atividade física orientada – caminhadas leves, pilates e exercícios de baixo impacto, sempre liberados pelo médico.
No pré-natal, alguns exames são fundamentais para acompanhar os hormônios e detectar problemas precocemente:
Glicemia de jejum e teste oral de tolerância à glicose – investigam diabetes gestacional.
TSH e T4 livre – avaliam a função da tireoide.
Hemoglobina glicada – mostra como está o controle da glicose.
Ultrassonografias – ajudam a monitorar o desenvolvimento do bebê.
O tratamento vai depender do tipo de alteração:
Diabetes gestacional – pode incluir ajustes na alimentação, atividade física e, em alguns casos, uso de insulina.
Hipotireoidismo gestacional – geralmente tratado com levotiroxina.
Hipertireoidismo gestacional – pode necessitar de medicamentos específicos como antitireoidianos, sempre sob rigoroso controle médico.
Existem outros tratamentos e variações, mas cada paciente é única. É na consulta com o endocrinologista que o cenário completo é avaliado para indicar a melhor abordagem. Jamais se automedique — os riscos para você e para o bebê podem ser sérios.
Ignorar ou subestimar as alterações hormonais pode trazer complicações como:
Risco de parto prematuro
Bebê com peso muito alto ou muito baixo
Hipoglicemia neonatal
Déficits no desenvolvimento neurológico
Maior risco de complicações maternas (hipertensão, pré-eclâmpsia)
Cuidar dos hormônios na gravidez não é exagero, é proteção. O acompanhamento endocrinológico te dá clareza, segurança e tranquilidade para viver a gestação com mais leveza. Ao se cuidar, você não está apenas protegendo sua saúde, mas também garantindo o melhor começo de vida para o seu bebê.
Agora é a sua vez: que tal dar esse passo por você e pelo seu filho?
Agende sua consulta e tenha um acompanhamento especializado e acolhedor em cada fase da sua gestação.